Como tem sido difícil encontrar os indivíduos ocupados com seus compromissos sem se perturbar com os compromissos dos outros!
Comumente, deixa-se de actuar bem numa seara de responsabilidade pessoal para vigiar e interferir na seara da responsabilidade alheia.
Quantos pais relaxam a educação dos próprios rebentos enquanto estabelecem normas de conduta para filhos alheios?
Quantos profissionais oferecem serviços de má qualidade aos seus clientes enquanto condenam a ineficácia de outros profissionais?
Quantos companheiros que são infiéis na relação social, e que choram e sofrem por se sentirem pouco considerados no meio onde vivem?
Quantas são as pessoas que, ao invés de viver nobremente, actuam erroneamente na vida, querendo justificar-se com o erro de terceiros?
Como é fácil observar, grande número de almas vive mais preocupado em notar os outros do que cuidar de si mesmo.
Percebemos, sem embargo, que essa neurose geral de fiscalizar a vida e os compromissos dos outros apenas diz respeito ao que é negativo, ao que se mostra equivocado, ao que é imprestável ao progresso da pessoa.
São poucos os que se aplicam ao bem por terem visto a dedicação ao bem dos seus vizinhos.
É pequeno o número dos que se esmeram em melhorar sua comunicação verbal em virtude de ter registrado a correcção do discurso alheio.
Bem poucos são os que se espelham no desprendimento material de um amigo, a fim de trabalhar a libertação do próprio egoísmo ou do espírito onzenário.
Diminuto é o contingente dos que respeitam o lar, os filhos, a vida, enfim, após ter colhido os benditos exemplos dos que transformaram o lar, os filhos e a vida em escadas de crescimento para Deus.
Indiscutivelmente, a vida na Terra é empreendimento divino, colocado sob os cuidados da criatura humana, a fim de que ela aprenda a lhe dar bom rumo, administrando-o com sabedoria.